Os Tugas
Não me revejo de todo na designação tuga. Mas, nos últimos tempos, uma franja significativa da população lusitana auto-intitula-se orgulhosamente tuga. Não português, mas sim portuga. O vulgo tuga seria assim um descendente de Viriato sem ter a escolaridade obrigatória. Mas o novo tuga até que tem escolaridade – obrigatória ou não, não vem aqui para o caso. O tuga na versão mais popular vai aos jogos de futebol, lambuza-se em bifanas, emborca cerveja, chama cabrão ao árbitro e ouve anedotas do Fernando Rocha, um comediante do caralho!! O tuga na versão mais sofisticada vai para a Sierra Nevada, tem ar de beto, usa mocassin e pullover bordeaux, despreza os espanhóis e quando bêbado entoa cânticos tugas, não para se divertir mas para enervar os nuestros hermanos. Há tugas nas equipas de futebol, uns rapazes divertidos que celebram efusivamente as suas vitórias escaqueirando tudo à sua volta e conquistando com isso a admiração do resto da Tugalândia que lhes desculpa as diabruras – ser brutinho como uma porta fica bem a qualquer tuga. Mas fica mal a um português que se preze. Os tugas são assim uma espécie de versão grunha dos portugueses. O Alberto João Jardim é um exemplo perfeito de tuga – malcriado, inconveniente, intolerante e gosta da pinga. O Paulo Pires é decididamemte português – bem educado e com bom aspecto. Valentim Loureiro é decididamente tuga. Herman José parecia ser português mas está a ficar cada vez mais tuga. Pinto da Costa tem uma particularidade espantosa – consegue reunir tuga e tripeiro num só. Joaquim Bastinhas pertence a esse raça muito característica que são os tugas marialvas. Mário Soares é decididamente português. Os tugas andam agora a redescobrir o mundo e ouvem um espécimen que teve a infeliz ideia de chamar Tuga a um restaurante português. Mas o Michael Winner desancou o local e provocou uma revolta na imprensa e na tugolândia. O tuga é uma espécie de macho latino sem o charme de um francês ou de um italiano, ou de um estrangeirado. Uma versão atarracada do português, um homúnculo de comportamemto primitivo. Em suma, uma desgraça. Ao que chegamos quando uma percentagem grande da população portuguesa se revê na designação tuga.
Tuesday, September 14, 2010
Monday, September 13, 2010
A lenta desertificação
É esta a imagem de muitas das escolas primárias de Portugal. Por ali, onde as crianças corriam nos recreios, só aparecem agora umas duas ou três ovelhas para comer o pasto que se instala. O barulho e os gritos que se ouviam de manhã e à tarde foram substituídos pelos guizos do gado que, esse, teve a sorte de não ter sido deslocalizado. Continua a pastar no vale logo a seguir à escola e passa todos os dias para picar o ponto e o pasto.
Caminhando pelo largo da aldeia ainda por ali estão os velhos do costume. Mas tiraram-lhe a rotina. Viam passar os meninos e meninas e, à hora do almoço, lá estavam alguns deles no mesmo refeitório a partilhar o espaço e as refeições, a lembrar-lhes que um dia também já foram meninos e meninas traquinas. Só não foram à escola. Era assim a vida e a maior parte deles nem a 4ª classe fez e era por isso que lhes dava tanto gozo ver aqueles meninos contentes a caminho da escola para a aprenderem a ler.
Ms agora, a aldeia que se orgulhava de ter meninos e meninas bastantes perdeu-os para outra localidade. Saem logo de manhazinha e já voltam tarde. Vão espalhar os seus gritos e as suas tropelias para outras ruas e os pais o os avós, esses já não vão poder vê-los de perto, espreitar no recreio da escola.
O Portugal do conhecimento, da modernidade já não se compadece com romantismos. Quer potenciais máquinas produtivas e o melhor é deslocalizar as crianças para modernos centros escolares, edifícios sem graça que mais parecem centros comerciais. Assim sempre se vão habituando a esses espaços amplos onde um dia talvez venham a ser ordeiros operadores de caixa, repositores de stocks, seguranças ou empregados de quiosques de bicas.
Friday, September 3, 2010
Eugenio Loarce - moda barrroca e ultra-feminina
O look remete-nos para o vintage, uma tendência crescente e com forte presença em Madrid, sobretudo na zona de Malasaña, bairro onde podemos encontrar todo um leque de lojas em segunda mão e verdadeiras pérolas vintage. Mas não é de lojas vintage que quero falar mas sim de Eugenio Loarce, criador espanhol com showroom muito perto deste bairro de Malasaña, mais precisamente na Chueca, e com quem felei na 64ª edição da SIMM (Semana Internacional da Moda de Madrid). Loarce, que define o seu trabalho como barroco e ultra-feminino, surpreende com o seu trabalho e as suas peças, habilmente costuradas, bordadas à mão por hábeis bordadeiras espanholas. Vestidos longos, vestidos compridos, casacos curtos, as suas colecções são compostas por peças a pedirem usos em ocasiões únicas e especiais. Prova disso são as clientes que tem no médio oriente, nomeadammente no Kuweit, e que vêm nas suas criações a opção ideal para eventos onde os modelos se querem exclusivos.
A sua entrada neste mercado do médio oriente surgiu quando uma compradora o abordou na imporante Pasarela de Burgos. Este feliz encontro revela bem a importância da presença em certos certames. Desde então os pedidos não têm parado. Ciente da importância do mercado do Médio Oriente, Eugenio sabe ouvir as sugestoes das suas clientes que lhe pedem para fazer o mesmo modelo mais comprido, mais curto, etc.
Destaque ainda para os acessórios e jóias que Eugenio cria e que constituem o complemento ideal para as suas peças. E nao se admire se ao consultar as suas coleçoes anteriores encontrar cabos e fios de impressoras. Em parceria com a HP, Loarce criou acessórios e conseguiu integrar na perfeição peças antigas de impressoras nas suas criações, uma simbiose perfeita entre o barroco que gosta de aplicar nas suas colecções e a tecnologia que remete para os nossos dias.
Oriundo de La Mancha e a residir em Madrid desde 1993, Eugenio criou a sua primeira colecção há 13 anos atrás para o evento de "Jovens Criadores" de Cidade Real. Desde então não tem parado, mas sempre sem pressas, pois sabe que nos pequenos pormenores reside a riqueza do seu trablho. E tem ainda tempo para dar aulas em centros de formação e para gerir o showroom de uma série de marcas de moda.
Wednesday, September 1, 2010
Shoes by Alexandra Moura - Portugal
Summer was great with shoes like these, designed by Alexandra Moura. These punctured shoes have additional holes so that you can put additional shoelaces. We are currently lobbying in order to have her make a new version of these shoes. Living in Lisbon, Alexandra Moura has been presenting her collections twice a year since 2002 at the Lisbon Fashion Week. You can visit her shop at Rua D. Pedro V in Lisbon both to see her collection or to have some tailer-made clothes.
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